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Realização: Amigos do Parque

Rio de Janeiro sedia o 1º Favela & Floresta Expo Tour, com foco no turismo de base comunitária

12 de novembro de 2024

Integrantes discutiram o turismo de favela e a sua relação com as unidades de conservação localizadas em zonas urbanas.

O Parque Nacional da Tijuca, em conjunto com a concessionária Paineiras-Corcovado, com o Departamento de Turismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (DTUR-Uerj), com a Cooperativa Anfitriões do Parque (Cria Tour), com o Coletivo de Guias de Turismo Santa Marta e com o Santa Marta – A Rede realizou, nos dia 6 e 7 de novembro, o 1º Favela & Floresta Expo Tour, uma iniciativa que faz parte do programa socioambiental da Unidade de Conservação e que tem como tema central o turismo comunitário das favelas no entorno do Parque Nacional da Tijuca.

Na quarta-feira (06/11), o evento contou com um seminário de um dia inteiro no auditório 11 do bloco F da Uerj, com a realização de mesas de debates e convidados que discutiram o turismo de favela e a sua relação com as unidades de conservação localizadas em zonas urbanas.

Auditório 11 do bloco F da Uerj, no 11º andar, recebeu o público para o primeiro dia de seminário

Como foram as mesas de debates

O primeiro encontro do dia foi na mesa de abertura, onde os organizadores do evento, como o Parque Nacional da Tijuca, o DTUR-Uerj, a Paineiras-Corcovado, o Cria Tour, o Coletivo de Guias do Santa Marta e o Santa Marta – A Rede, somados aos convidados da Riotur e da TurisRio, se apresentaram e deram início às trocas sobre a realização deste primeiro e inédito seminário.

Compuseram a mesa o gerente regional do Sudeste do ICMBio, Breno Herrera; o vice-Reitor da Uerj, Bruno Deusdara; a pró-Reitora de Extensão e Cultura da Uerj, Ana Santiago; o professor do DTUR-Uerj, Thiago Pereira; o presidente da Cooperativa Anfitriões do Parque, Sylvio Tadeu; a gerente de sustentabilidade da concessionária Paineiras-Corcovado, Talita Uzeda; a diretora de marketing da Riotur, Claudia Silva; e o presidente da associação de moradores do Santa Marta, Zé Mario.

Integrantes da mesa de abertura do 1º Favela & Floresta Expo Tour

Para Breno Herrera, do ICMBio, a iniciativa do seminário representa o estreitamento entre os saberes acadêmicos e os populares. “Nós, do Instituto, estamos de portas abertas para acolher mais iniciativas deste tipo, que reúnem conhecimentos da universidade e das comunidades. As fronteiras entre favela e floresta devem ser mais trabalhadas aqui na região e esse é um desafio também acadêmico, no sentido de estudar a cultura e a interação desses territórios”, afirmou Herrera.

Ele ainda fez menção ao modelo de cooperativa que está sendo criado com a Cria Tour e lembrou que há outros exemplos no Estado do Rio, como a Manguezal Fluminense, que pratica turismo de base comunitária no fundo da baía de Guanabara.

Para Guigui, condutor de visitantes do Parque Nacional da Tijuca e vice-presidente da Cria Tour, o evento serviu para aproximar a comunidade da Uerj, levando visibilidade para o que é feito dentro da favela. Em sua participação, ele explicou que ali havia uma oportunidade de mostrar o que as comunidades fazem para o Departamento de Turismo e a academia em geral.

“Esse seminário foi muito importante para a nossa favela por ter essa troca de experiência tanto com as outras favelas e com a galera da academia. Acredito que a gente vai sair daqui renovado e levando bastante coisa boa para dentro da nossa favela”, afirmou o vice-presidente da Cria Tour.

Na mesa “Turismo de Favela”, participaram o professor doutor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Ricardo Dias da Costa; o guia de turismo do morro da Babilônia, Dinei Medina; o condutor de visitantes do Parque Nacional da Tijuca, Kevin Dias; a professora da UNIRIO, Camila dos Santos Moraes; a representante do coletivo de guias do Santa Marta, Sheila Souza; a professora doutora da Uerj, Caroline Bottino; o articulador social, William da Rocinha; e o representante da concessionária Paineiras-Corcovado, Janderson Dias.

Paisagens e atrativos históricos do Parque Nacional da Tijuca, como o Rio Carioca, fazem parte do roteiro de turismo de base comunitária, que foi discutido no seminário inédito

Juntos, eles abordaram potencialidades e demandas do turismo de base comunitária em favelas, bem como sua história. Um consenso da discussão foi a importância do fortalecimento dessa modalidade de turismo como meio para promover a inclusão social e a valorização da cultura.

Para a Prof.ª Drª Caroline Bottino, do Departamento de Turismo da Uerj, a parceria entre os organizadores permitiu a realização de um seminário que enaltece a comunidade. “A Uerj é uma universidade da Zona Norte, pioneira na política de cotas, e agora é palco de uma iniciativa que empodera as comunidades, que vai lançar um roteiro para condutores de visitantes de um coletivo e construir o turismo de base comunitária no Cerro-Corá e Guararapes”, afirmou a pesquisadora.

Turismo de base comunitária como transformação social

A mesa “Turismo de Base Comunitária e Unidades de Conservação” foi composta por Viviane Pacheco, chefe do Parque Nacional da Tijuca e servidora do ICMBio; Isaura Bredariol, analista ambiental do Parque Nacional da Tijuca responsável pelo programa socioambiental e servidora do ICMBio; Alessandro Quintanilha, guia de turismo do Vidigal; Rafael Fortunato, professor doutor do departamento de Turismo da Uerj; Gilson Fumaça, do coletivo de guias e da Associação de Moradores do Santa Marta; Guigui, da Cria Tour.

A aproximação com as comunidades no entorno do Parque foi destaque em uma das mesas

Neste encontro, os integrantes se aprofundaram nas discussões que dizem respeito à maneira como as comunidades interagem com as áreas de proteção ambiental no Rio de Janeiro. Para a chefe do Parque Nacional da Tijuca, Viviane Pacheco, a importância do turismo de base comunitária passa fundamentalmente pelo fortalecimento dos laços com as comunidades do entorno da UC. “Ao trazer as comunidades locais para perto da gente, estamos construindo uma relação de parceria e corresponsabilidade, além de abrir uma perspectiva importante de geração de renda”, defende a gestora do Parque.

Isaura, que também faz parte da administração da área ambiental vizinha a comunidades como Cerro-Corá e Guararapes, diz que, ao oferecer serviços como condução de visitantes, guias turísticos, artesanato local, por exemplo, essas comunidades podem melhorar significativamente sua qualidade de vida. “O turismo nas comunidades pode ter essa força transformadora e é por isso que nosso programa socioambiental aposta nessa iniciativa. Com mais de 4 milhões de visitantes anuais, de diferentes lugares do mundo, também criamos a oportunidade de mostrar ao mundo a rica cultura e as tradições das comunidades que vivem em torno do parque. Isso não apenas gera orgulho e identidade para essas favelas, mas também promove a diversidade cultural e o respeito à história local”, explica Isaura.

O evento ainda teve a participação da TurisRio, com a presença de seu presidente, Sérgio Ricardo. Além de compartilhar experiências promovidas pela Companhia de Turismo do Estado do Rio em pontos turísticos de favelas da Zona Sul, ele lembrou que o turista, seja brasileiro ou estrangeiro, que buscar a cultura brasileira e o ecoturismo, vai encontrar serviços de qualidade oferecidos pelas comunidades, por meio do turismo de base comunitária. “Esse evento também serviu para reforçar o nosso compromisso na promoção do turismo, no apoio e formatação de novos produtos turísticos relacionados ao turismo de base comunitária”, afirmou.

A TurisRio, que é a Companhia de Turismo do Estado do Rio, também marcou presença no evento com seu presidente, Sérgio Ricardo

Feira expositora e roteiro especial também foram destaque

O 1º Seminário Favela & Floresta Expo Tour ainda contou com a Expo de Turismo de Favela, uma feira de exposição em que condutores de visitantes, guias e empreendedores expuseram seus produtos turísticos para o público presente. A exibição contou com a presença de representantes do coletivo de guias do Santa Marta, do turismo da Rocinha, do Vidigal, do Rio Meu Ilê, do programa Favela-Parque, do Artesanato do Morro dos Prazeres, do Favela e Turismo e Rocinha Moto Tour e do Chapéu Tour.

Feira de guias e empreendedores comunitários complementou a programação do Favela & Floresta Expo Tour

Para encerrar as atividades do evento, o segundo dia, na quinta-feira (07/11), foi marcado pela realização de uma visitação especial ao roteiro elaborado pela Cooperativa Anfitriões do Parque, oferecendo uma experiência imersiva nas belezas e culturas locais.

Guias e condutores de visitantes executam o roteiro local que faz parte do turismo de base comunitária das favelas no entorno do Parque Nacional da Tijuca

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